O desequilíbrio dos planos de previdência complementar fechados se dá pela combinação do aumento do passivo com o baixo crescimento do ativo. A afirmação é do Diretor-Superintendente da PREVIC, Fabio Coelho, na reunião do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).
O crescimento anual do passivo atuarial é, muitas vezes, fruto do dimensionamento errado do montante necessário para pagar os benefícios de todos os participantes até o fim de dos compromissos. “Os custos foram subdimensionados por décadas. Os fundos prometiam Ferraris e financiavam um Fusca 66. O resultado disso é que os primeiros receberam suas Ferraris, mas muitos outros não terão nem o Fusca”, afirma a Diretora Coordenadora da Regional Minas e Espírito Santo da Anapar, Cláudia Ricaldoni.
O baixo crescimento dos ativos dos planos também tem relação direta nessa conta. Após três anos de resultados negativos da bolsa de valores, afirma Coelho, os fundos de pensão se viram obrigados a diversificar sua carteira de investimentos e olhar para investimentos que, até então, não estavam acostumados. Fundos multimercados, FIP´s, CRI, e outros, que atrelam o desempenho do ativo com o desempenho da empresa implicada no investimento.
Investimentos estes, ressalta Coelho, legais, previstos em estatuto, lícitos, aprovados em todas as estâncias dos Fundos de Pensão. O desequilíbrio não está na má gestão dos ativos, mas na baixa contribuição e no aumento do passivo. Com o compromisso crescendo ano a ano e os ativos com performance inferior à desejada, o resultado é desequilíbrio e deficit.
A participação da Anapar no CNPC
Única representante dos participantes com assento no Conselho, a Anapar atua no sentido de fazer com que os interesses dos participantes sejam também respeitados. O que eles chamam de passivo, eu chamo de participante. Estamos falando de pessoas e é muito fácil tratar o assunto de forma fria quando se desumaniza as pessoas, afirma Ricaldoni
