A vida não está sendo fácil para os trabalhadores brasileiros. Além dos riscos de contrair a covid-19 e os ataques constantes aos seus direitos, sofrem também com reajustes salariais abaixo da inflação, mesmo em negociações coletivas.
Segundo o boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 50,5% dos acordos e convenções coletivas realizadas no país entre janeiro e julho resultaram em reajustes abaixo do o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado até a data-base.
O levantamento mostra também que apenas 22,9% das negociais ocorridas até julho resultaram em ganhos reais e que 26,6% dos reajustes empataram com o INPC.
Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulou alta de 9,22% no acumulado em 12 meses até junho e de 9,85% no acumulado em 12 meses até julho.
E a perspectiva continua desfavorável para os trabalhadores assalariados, pois a inflação projetada para os próximos meses não dará folga para ganhos reais.
O momento torna ainda mais importante a conquista da campanha nacional dos bancários de 2020, que garantiu um acordo de dois anos e reajuste acima da inflação para 2021.