Desde 2004, 30 milhões de pessoas saíram da miséria no Brasil. De 2001 a 2014, a desigualdade da renda domiciliar per capita vinha caindo sistematicamente, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE.
A parcela que mais contribuiu para essa queda foi o que Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) denomina renda do trabalho. A desigualdade recuou porque a renda dos mais pobres cresceu mais que a dos ricos.
Entretanto, nos últimos dois anos, os índices de pobreza voltaram a subir, como resultado da recessão e redução de investimentos, que geram desemprego, segundo levantamento feito por especialistas em políticas sociais.
No trimestre encerrado em março de 2017, ainda de acordo com a Pnad Contínua, que verifica o desemprego em todas as regiões do país, a taxa de desocupação ficou em 13,6%. Em igual período de 2016, a taxa estava em 10,9%.
O desemprego fez com que a disparidade da renda domiciliar per capita registrasse o primeiro aumento (3,5%), como aponta o índice de Gini calculado pela FGV Social. Usado para medir a desigualdade social, o indicador varia de zero a um. Quanto mais perto de zero, mais igual é a sociedade e, no sentido oposto, mostra a representação da desigualdade.
Desemprego
O Brasil, um dos países com maior desigualdade social, tem hoje mais de 14 milhões de desempregados e os jovens e pobres são os mais afetados. Os impactos disso, segundo estudos, são de longo prazo e afetam as contas públicas e a capacidade de crescimento.
No Distrito Federal, de acordo com medição realizada pelo Dieese em abril, a taxa de desemprego está em 20,5%, um total de desempregados de 336 mil pessoas.
Pnad Contínua
Criada para produzir informações contínuas sobre a entrada da população no mercado de trabalho, incluindo características como idade, sexo e nível de instrução, a Pnad Contínua substituiu a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). A Pnad Contínua, que teve sua série histórica iniciada em 2012, faz ainda um estudo sobre o desenvolvimento socioeconômico do país, analisando informações anuais sobre outras formas de trabalho, trabalho infantil e migração.
Rosane Alves
Do Seeb Brasília
Source: SAIU NA IMPRENSA – 400