Pelo sexto mês consecutivo, o setor bancário eliminou postos de trabalho, com a extinção de 1.474 vagas apenas em março deste ano. Foi o maior número desde novembro de 2020, quando mais de 2 mil vagas foram fechadas em consequência da pandemia de Covid-19. Somente no primeiro trimestre de 2023, os bancos eliminaram 2.662 postos na categoria, enquanto no que no mesmo período do ano passado foram abertas 3.160 vagas.
Os dados são do levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), baseado no Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Na contramão, o ramo financeiro, excluindo a categoria bancária, apresentou saldo positivo em março, com abertura de 925 postos de trabalho. Número 68,5% inferior ao registrado no mesmo mês do ano anterior. Foram criados 28,5 mil postos de trabalho nos últimos 12 meses. Uma média de criação de 2,3 mil postos por mês.
Se for considerado o período de 12 meses, o saldo negativo de empregos no setor bancário foi de 3.166 vagas. Em março, houve alta de 39,5% no número de demissões em relação à média de desligamentos de 2022. Na outra ponta, foi baixa a quantidade de contratações. No total, 16,5% inferior à média de admissões do ano passado.
Gênero
Nos bancos, o saldo foi negativo tanto entre homens quanto entre mulheres, mas o número de admissões entre eles foi 11,7% superior em relação ao de bancárias. No caso dos desligamentos foi 6,1% superior entre os homens em relação às mulheres.
Faixa etária
A pesquisa observou saldo positivo apenas nas faixas até 24 anos, com ampliação de 269 vagas. A partir de 25 anos, o fechamento foi de 1.743 posto de trabalho.
Remuneração
Em relação à remuneração da categoria, o salário médio do bancário admitido em março foi de R$ 6.728,48, enquanto o valor médio do grupo de desligados foi de R$ 8.063,40. Ou seja, o salário médio do admitido correspondeu a 83,44% do demitido.