AFBNB reitera demandas à Diretoria de Administração do BNB

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Na última quinta-feira (30/11) ocorreu reunião entre a AFBNB e a diretoria de Administração do Banco do Nordeste. Participaram pela AFBNB Rita Josina Feitosa, Assis Araújo, Dorisval de Lima, Henrique Moreira e Valéria Silva. Pelo BNB a diretora Ana Teresa Barbosa de Carvalho e a Gerente do Ambiente de Gestão de pessoas, Bibiana Colares, respondendo pela Superintendência de Desenvolvimento Humano.

Rita Josina fez um breve histórico da AFBNB, com ênfase para a luta da entidade em defesa dos trabalhadores, do BNB e do FNE. Falou da ação institucional, interlocução com diversos setores e da inserção dos debates no Congresso Nacional que podem impactar a ação do Banco.  Destacou que a AFBNB busca sempre diálogo com o Banco na perspectiva de melhorias de processos e correção de rumos, de forma a valorizar os trabalhadores, “Como dialogamos com o banco todo, através das visitas às unidades, a gente aponta sinalizações importantes à gestão do BNB porque queremos ver o trabalhador motivado, engajado e valorizado”, afirmou Rita.

O encontro foi pautado por demandas gerais relacionadas à pasta, bem quanto ao acompanhamento de casos pontuais já relatados ao Banco e novas situações postas na ocasião pelos dirigentes da Associação.  Plano de Cargos e Remuneração (PCR), descomissionamentos, cálculo da PLR, previdência (Planos BD e CV), saúde, assédios moral e sexual, reestruturações, situação das Centrais, Promova-se e Convergente, falta de isonomia, falta de pessoal nas agências foram alguns dos pontos abordados. Sob tal realidade os dirigentes foram enfáticos quanto à urgência da solução dos problemas existentes, haja vista a gravidade da situação, que tem levado a insatisfações, desestímulo, adoecimento, com forte indícios que de que há um ambiente tóxico no BNB.  “Trata-se de uma realidade lamentável e injustificável, típica dos períodos autoritários, que não se coaduna com os tempos de democracia pelo qual lutamos e conquistamos”, avalia Dorisval de Lima.

A diretora Ana Teresa afirmou que o Banco está estudando e analisando a viabilidade de alterações internas nas mais diversas searas, a partir das demandas dos Sindicatos e da AFBNB. “Tanto eu quanto os outros diretores estamos com muito desejo de fazer mudanças, mas para isso precisamos conversar com o jurídico, com a Secretaria de Coordenação das Estatais (SEST), para saber se é viável”, afirmou.  Ela citou, por exemplo, que esteve na SEST no início do mês tratando de algumas dessas mudanças, entre elas a reivindicação para aumento da PLR, a exemplo da Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, e que o ambiente atual é favorável ao diálogo. Disse ainda que estão se debruçando sobre o plano de cargos e sobre o Plano BD da Capef.

Valéria Silva reiterou que os problemas relacionados a recursos humanos no BNB não podem ser tratados como isolados, porque são recorrentes e presentes em muitas unidades do Banco, já incrustados na cultura organizacional. Valéria citou o exemplo dos assédios, que a mesma constata ao longo dos seus nove anos trabalhando no BNB, e que nesse período o problema se agravou consideravelmente. “A gente trabalha num banco de desenvolvimento, precisa ter responsabilidade socioambiental, com as pessoas, com a sociedade, mas quando chegamos no nosso ambiente de trabalho esquecemos disso. Há formação deficiente de gestores, metas inalcançáveis”, alertou Valéria. Dorisval reforçou que muitas coisas não andam no Banco porque as condições de trabalho não são asseguradas, como o funcionamento dos sistemas, tamanho adequado das equipes e a transparência nos processos.  E sugeriu: “o Banco daria um passo importante se cumprisse seu código de ética de forma adequada”.

Para Assis Araújo, o “Banco perdeu unidade de ação, porque cada gestor age como quer, o que causa insegurança nos trabalhadores e fragiliza os processos do próprio Banco.” Criticou ainda o esfacelamento do Plano de Cargos e a desvalorização das funções.

Henrique Moreira citou a falta de isonomia de tratamento, por exemplo, no caso dos trabalhadores de TI; os problemas de sustentabilidade da creche Paulo VI e o adoecimento mental que vem crescendo no Banco, destacando o caso das Centrais e do Crediamigo. Ele sugeriu uma politica de recursos humanos preventiva e que desfaça a imagem desgastada da área.

Os diretores citaram casos pontuais na perspectiva de que haja desdobramento justo, sem dano aos funcionários quando este não tiver culpa comprovada nos casos em questão. Na oportunidade demandaram a liberação de funcionários quando da realização de exame para obtenção de certificações a exemplo do CPA 10/20 ou outras situações que exijam deslocamento para cidades fora do domicílio. No mesmo sentido, reivindicaram a mesma demanda em relação aos procedimentos médicos (a exemplo de consultas e exames).

Bibiana Colares destacou que estão sendo adotadas providências para garantir a liberação quanto aos deslocamentos para certificações e comprometeu-se a analisar medidas sobre a questão quanto a procedimentos médicos. Sobre as horas pendentes decorrentes do período da pandemia, informou que o Banco fracionará o cumprimento das horas remanescentes e que, assim sendo, não será mais possível estender o prazo por uma questão legal. Ela enfatizou que do efetivo de mais de 3 mil pessoas que tinham horas a cumprir, apenas 39 estão pendentes de regularização.   Sobre o assunto a Associação reiterou a demanda por uma solução adequada, com flexibilização e sem danos aos funcionários.

A Presidente Rita Josina ressaltou que a reunião foi proveitosa, no sentido de pontuar com mais detalhes para a Diretora questões que já haviam sido reportadas ao Banco. “As pautas da AFBNB são trazidas pelos associados no dia a dia e também nas Reuniões do Conselho de Representantes e, embora já tivéssemos encaminhado ao Banco, foi uma oportunidade de reforçar a necessidade de tratar com urgência questões recentes mas também questões históricas que não condizem com uma instituição de desenvolvimento. A gente ouviu da gestão do Banco o compromisso em se empenhar para poder atender o quanto antes. Quanto a nós, seguiremos acompanhando e sempre abertos ao diálogo no sentido de contribuir para melhorias para o BNB e seus trabalhadores”.

Gestão AFBNB Firme na Luta

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