Brasil pós-pandemia: mais do mesmo? Ideias urgentes para o futuro do trabalho e do meio ambiente

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A disputa pelo futuro do planeta é muito anterior ao surgimento e alastramento da
Covid-19. Há décadas, as imensas desigualdades sociais e a degradação ambiental
provocadas pelo crescimento econômico desenfreado têm sido denunciadas em todo o
mundo, mas a busca incessante pelo lucro e pela acumulação se sobrepôs às alternativas
de preservação do meio ambiente e de políticas promotoras de igualdade e de justiça
social.
Em meio à crise econômica, ambiental e social agravada pela pandemia, revelou-
se a importância do Estado e das políticas públicas. Redescobriu-se que o trabalho
continua sendo o elemento fundante da sociedade e que, a despeito de todos os avanços
tecnológicos, sem trabalho não há produção. Redescobriu-se que é a renda do trabalho
que dinamiza a economia e a faz girar.
Redescobriu-se que as condições de trabalho precárias são prejudiciais à saúde individual e coletiva. Redescobriu-se que a desigualdade social é perversa. Redescobriu-se a importância do meio ambiente e que a interferência do homem sobre a natureza pode ter consequências desastrosas.
Em meio a tantas “redescobertas”, coloca-se a indagação: que mundo se pretende
ver emergir após a pandemia? As medidas tomadas no decorrer da crise de saúde pública
e depois de seu término determinarão se o futuro será mais justo ou se terá continuidade
a construção de um mundo ainda mais desigual e com maior capacidade destrutiva.
As possibilidades de respostas e os projetos para o dia seguinte já estão em curso,
o rumo que será tomado dependerá da mobilização dos diferentes atores sociais, entre
esses o movimento sindical, em torno de agendas que refundem as bases do que se
entende por desenvolvimento, solidariedade, igualdade e cuidado com o planeta.
Esta Nota Técnica abordará alguns conceitos e propostas relativas à temática
ambiental e o trabalho, questões essenciais para a reflexão sobre o futuro da sociedade.

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