Estável no trimestre encerrado em maio, na comparação com o anterior, e bem acima de igual período de 2020, a taxa de desemprego foi 14,6%, segundo o IBGE. Pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (30), o país tem agora 14,795 milhões de desempregados, número recorde. São mais 372 mil no trimestre e 2,085 milhões em um ano – aumento de 16,4%. Com os desalentados, são quase 21 milhões de pessoas.
A ocupação até cresceu em relação a fevereiro, com 809 mil pessoas a mais no mercado, para um total de 86,708 milhões. Mas quase todas essas ocupações são informais: acréscimo de 720 mil entre os trabalhadores por conta própria (24,373 milhões). O total de empregados com e sem carteira (29,798 milhões e 9,804 milhões, respectivamente) ficou estável. Os parcos 772 mil ocupados a mais em um ano também se devem ao trabalho autônomo.
Desalentados e subutilizados
Os subutilizados (pessoas que gostariam de trabalhar mais) somam 32,946 milhões. Crescimento de 8,5% em um ano, ou mais 2,575 milhões. E os desalentados agora são 5,710 milhões, leve queda no trimestre (-4,1%) e alta anual de 5,5% (mais 299 mil).
“Muitas pessoas interromperam a procura por trabalho no trimestre de março a maio do ano passado por conta das restrições, já que muitas atividades econômicas foram paralisadas para conter a pandemia. Isso fez a procura por trabalho diminuir. Um ano depois, com a flexibilidade, essas pessoas voltaram a pressionar o mercado”, observa a analista do IBGE Adriana Beringuy. Já a taxa de informalidade está em 40%, o equivalente a 34,7 milhões de pessoas, 2,4 milhões a mais do que há um ano. Apesar isso, um pouco abaixo do nível pré-pandemia.
Quase 76 milhões fora
O nível de ocupação – que indica as pessoas ocupadas entre a população em idade de trabalhar – segue abaixo de 50%. Agora, está em 48,9%. E a população fora da força de trabalho chega a 75,803 milhões, número estável na comparação trimestre e anual.
Entre os setores de atividade, em relação a igual período de 2020, o IBGE apurou crescimento do emprego em agropecuária (770 mil, 9,6%), construção (653 mil, 11,8%) e serviços ligados a informação, comunicação e atividades financeiras (584 mil, 5,7%). A indústria (-0,1%) e o comércio/reparação de veículos (-1,8%) ficaram praticamente estáveis.
Estimado em R$ 2.547, o rendimento médio também ficou estável, tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior como ao ano passado. O mesmo acontece com a massa de rendimentos, que soma R$ 215,5 bilhões.