Em defesa do BNB: instabilidade plantada, a quem interessa?

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Constituído em 1952 para atuar como sustentáculo do Estado enquanto instituição de fomento por meio de uma ação diferenciada, pelo crédito especializado de longo prazo e orientado, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) vez em quando é vítima de especulações com repercussão na imprensa. São “balões de ensaio” voltados para o seu comando e demais instâncias de gestão superior, para o seu papel institucional, modelo e até mesmo à sua própria existência, como é o caso das notícias quanto a possível privatização, extinção ou qualquer outra medida desastrosa, irresponsável, portanto, que aponte para o seu desmonte. Neste contexto, não raras têm sido as propostas que tramitam no âmbito do Congresso Nacional que traduzem a mutilação e até mesmo a desconstrução do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), maior fonte de recursos do Banco, responsável por mais de 70% dos ativos do BNB.

Tal situação se torna mais frequente em momentos de transição, quando ocorre mudança de governo, seja por continuidade ou por alternância de perfil político e ideológico. No início desse ano não foi diferente, haja vista as acomodações em torno do governo que estava se instalando no país. Não foram poucas as investidas dessa ordem… Tudo feito, para não fugir ao diapasão do descaso e da desconsideração à essência, natureza e relevância do papel que o BNB desempenha, ao sabor do joguete político partidário, rasteiro, de grupos econômicos e dos interesses mesquinhos, em detrimento do coletivo, do social.

Decorrido quase um ano após esse momento, lamentavelmente mais uma vez a sociedade nordestina está sendo vítima da voracidade de aproveitadores que tentam instrumentalizar os órgãos públicos sob tais direcionamentos. É o que se pode reiterar diante de matérias que têm sido plantadas nos últimos dias na imprensa em relação ao BNB, as quais dão conta de possíveis alterações na gestão do Banco, por oportunistas e por “paraquedistas” na tentativa de emplacarem apadrinhados no comando da Instituição. Isto, a despeito do desempenho, dos resultados, do compromisso dos trabalhadores e do reconhecimento que o Banco tem da sociedade. Trata-se, portanto, de iniciativas irresponsáveis que objetivam criar um clima de instabilidade. E a quem interessa isto? Certamente ao Banco, aos funcionários e ao Nordeste é que não é.

Contra tamanho desrespeito, mais uma vez se faz necessário afirmar: o BNB não é moeda de troca!  É reconhecido por administrar bem e de forma exclusiva os recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), uma ferramenta imprescindível de política regional, viés fundamental da sua existência! É, portanto, um Banco de Desenvolvimento que há 67 anos vem prestando relevantes serviços à sociedade em cumprimento das prerrogativas para as quais foi criado, sendo reconhecido pela sua ação diferenciada; pelo crédito especializado e de longo prazo; pelo financiamento aos micro e pequenos produtores e à agricultura familiar; pelo microcrédito urbano e rural; pelo estímulo à cultura, à pesquisa e à inovação; ao fomento da região, portanto.

Esse comportamento atrasado, incompatível com o papel que deve ser desempenhado por quem ocupa espaços de decisão, sejam instâncias do poder ou outras, inclusive em nível interno, que desrespeita a história do Banco, os funcionários e a própria sociedade, merece o veemente repúdio. Tirem as mãos de cima do BNB! Deixem-no em paz, para que ele possa continuar firme cumprindo sua missão, operacionalizando o FNE de forma exclusiva, financiando o desenvolvimento da região em que atua e do próprio País!

Pelo fortalecimento BNB, em defesa do FNE e dos trabalhadores!

Gestão Unidade e Luta

A AFBNB firme, com resistência e autonomia!

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