GOVERNO NÃO FAZ AUDITORIA DA DÍVIDA COM PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE? FICA NA MÃO DO CAMPOS NETO

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A inflação (IPCA) acumulada nos últimos 12 meses terminados em maio de 2023 foi de 3,94%, valor este que se encontra totalmente dentro da meta de inflação para 2023 (1,75% a 4,75%). Ainda assim o Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto não quer reduzir a escandalosa Taxa de Juros Selic, alegando “expectativas de inflação desancoradas”, ou seja, que os rentistas projetam que a inflação aumente no futuro. Porém, nem mesmo os rentistas estão mais botando a mão no fogo por isso, conforme mostra título de artigo de hoje do jornal Valor Econômico: “Mercado procura entender as projeções de inflação do Copom”.

Além do mais, mesmo quando a inflação estava alta nos anos anteriores, ela não decorria de excesso de demanda, mas sim por preços administrados pelo próprio governo (combustíveis, energia etc.) e preços de alimentos (devido à priorização da agricultura de exportação), que não caem com a alta de juros.

Portanto, nunca esteve tão clara e cristalina uma das principais ilegitimidades da dívida pública na atualidade: a definição da taxa de juros, que faz a dívida se multiplicar por ela mesma, sem financiar investimento social nenhum. O governo equatoriano, em 2007, decretou auditoria da dívida, abriu os arquivos do Banco Central, chamou a sociedade para auditar, mostrou amplamente as ilegitimidades da dívida (como os juros ilegítimos) nos meios de comunicação, e o resultado foi a anulação de grande parte da dívida, com os bancos se ajoelhando para receber uma pequena parte e ainda prometendo que jamais entrariam na justiça contra o Equador. Claro, senão o Equador entraria contra eles com as provas da auditoria.

Aqui no Brasil, Campos Neto deita e rola no Senado, dizendo que a dívida pública beneficia dezenas de milhões de brasileiros, que a inflação é uma ameaça, que é de demanda etc.

A sociedade está mais do que pronta para auditar e denunciar todas essas ilegitimidades da dívida, a começar pelo grave desvio de finalidade da política monetária do Banco Central, ao alegar “combate à inflação” como objetivo de estabelecer taxas de juros reais de 9,44% ao ano, enquanto a Europa pratica 2% NEGATIVOS, Japão pratica 3,5% NEGATIVOS, e Estados Unidos 1,2%.

AUDITORIA JÁ!

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