Greve dos bancários: AFBNB conclama a todos para participação nas assembleias

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“Antes tarde do que nunca!”. O adágio popular serve direitinho para o momento atual da categoria bancária. Se havia alguma ilusão de que não seria preciso fazer greve esse ano, ela deixou de existir no momento em que a contraproposta dos bancos foi apresentada na última sexta-feira (25) : 5,5% de reajuste e um abono de R$ 2.500,00. Uma proposta mais do que rebaixada, que não repõe sequer a inflação do período e que empurra os bancários para a greve. A proposta traduz um perigoso retrocesso, uma vez que o índice apresentado aponta para o acúmulo de mais perdas e a retomada da famigerada política de abono praticada durante o governo FHC/PSDB, antes tão combatida pelo partido que hoje está à frente do governo (PT).


Sem entrar no mérito das demais cláusulas e analisando apenas o índice de reposição salarial, ele é pouco mais que a metade da inflação, é 1/3 do reivindicado pelos sindicatos vinculados à Contraf e à Contec e 1/7 do reivindicado na pauta alternativa apresentada pelos sindicatos dos bancários de Maranhão, Rio Grande do Norte e Baurú (SP).


Há quem diga que o momento não é favorável. Mas, cabe uma pergunta: não é favorável para quem? As crises – sejam elas mundiais ou nacionais – sempre elegem alguém para pagar a conta das escolhas erradas, da corrupção, dos desmandos… E esse alguém nunca está no topo da pirâmide, mas na base. São os trabalhadores, que pagam de um jeito ou de outro – seja pela exploração peculiar do mundo do trabalho, pelos ataques e retrocessos em direitos e benefícios, pela transferência do resultado do seu trabalho para os donos do capital e para a especulação, no caso presente, representada pelo ajuste fiscal do Governo.


Para os donos do capital, o momento sempre é favorável! A crise é bem vinda! Ela dá exatamente os argumentos que estes desejam para retroceder no diálogo com os trabalhadores! Para se ter uma ideia, apenas o lucro dos quatro maiores bancos do País (Itaú, Bradesco, BB e Santander) tiveram ganhos em mais de 40% no primeiro semestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Ou seja, não há porque não atender as reivindicações dos trabalhadores!… Tal resultado não se deu a toque de mágica, é o fruto da exploração, demissões, extorsão da sociedade por meio de tarifas e taxas, alta dos juros básicos (Taxa Selic), haja vista os bancos deterem expressiva parcela dos títulos da dívida pública do governo federal (cerca de 30%).


A greve, mais do que nunca, é necessária e pedagógica. Os trabalhadores precisam mostrar o que sabem e do que são capazes, diante do quadro de intransigência, da falta de reconhecimento do seu trabalho e de negação dos seus diretos; que sabem da sua competência e das suas necessidades. Como a toda ação cabe uma reação, é papel dos mesmos mostrarem a sua força e coesão em busca de tratamento digno, afinal, é na pressão que os direitos são conquistados. Somente por meio da luta se muda a vida!


Assembleias


Na segunda feira (28) Maranhão e Rio Grande do Norte deliberaram pela greve no dia 6 de outubro, seguindo o calendário unificado para o início do movimento – e deve prosseguir, com os sindicatos das demais bases convocando para as assembleias. Nas demais bases o dia 1° de outubro, próxima quinta-feira, será a data para a deflagração da greve que é a resposta ideal à afronta representada na proposta dos patrões, via Fenaban e bancos públicos.


No BNB não é diferente


Seguindo o mesmo padrão rebaixado da Fenaban a proposta apresentada pelo BNB soa mais como uma piada de mau gosto, um  desrespeito e um empurrão para a greve. Além dos índices econômicos que constam na proposta da Fenaban o Banco apresentou alguns “penduricalhos”, alguns itens que não são peculiares de campanha salarial e que o Banco poderia fazer a qualquer momento, o que demonstra a falta de respeito e a linha de descaso com que o BNB trata os seus trabalhadores quando se trata de direitos dos mesmos.


Como sempre tem procedido, a AFBNB reafirma que a luta dos trabalhadores do BNB não é apenas “pelos 20 centavos”, ou seja, não se restringe à questão salarial. A Associação reafirma a urgência do atendimento às demandas específicas, como dignidade previdenciária e de saúde, PCR, aumento do quadro de funcionários, isonomia de tratamento, reintegração dos demitidos, quitação dos passivos trabalhistas, retorno dos genitores ao Plano Natural da Camed, fim do assédio moral e do trabalho gratuito, entre outras. Assim, a Associação conclama a todos que se façam presentes às assembleias convocadas pelos sindicatos da sua base, rejeitem a proposta e deliberem pela greve unificada da categoria a partir do dia 6 de outubro. Nesse sentido reafirma que a greve é assegurada em lei específica pela Constituição Federal, podendo ser exercida por trabalhadores de todas as gerações do Banco independente da data de sua  posse. Greve não é crime. É um instrumento legítimo de luta e resistência da classe trabalhadora!


AFBNB ao lado dos trabalhadores


Gestão Autonomia e Luta


 


Source: Notícias – 500

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