Greve nacional e unificada dos bancários: Uma reflexão – Por Dorisval de Lima

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Por Dorisval de Lima, diretor de comunicação da AFBNB


É muito comum durante as greves das diversas categorias de trabalhadores, a exemplo da que ocorre agora – bancários -, se ouvir expressões como “vai trabalhar vagabundo”, “vocês já ganham muito bem”, “vocês não estão preocupados com os clientes”, ” trabalham no bem bom” e por aí vai. São formulações que se pode considerar como incompreensivas e descabidas pois, em que pese a suspensão dos serviços que procuram neste período (greve), partem de pessoas que também são exploradas e sofrem os mesmos abusos patronais na sua condição de trabalhadores, ou seja, que vendem a força de trabalho em troca de um salário para sobreviverem, e que por isso também têm motivos e razão para se mobilizarem por seus direitos e para a obtenção de conquistas.


Ao invés de se colocarem contra os que lutam e ousam desafiar a intransigência patronal e as incompreensões, deveriam somar e fortalecer o movimento, inclusive para que haja melhores condições de trabalho e de atendimento para os usuários dos serviços, haja vista ser essa uma bandeira reivindicada.


Da mesma forma também se pode classificar como incompreensiva e inaceitável a atitude de trabalhadores (colegas bancários no caso) que passam a vida toda reclamando das condições de trabalho, das limitações salariais, das pressões, dos privilégios dos patrões, da falta de Isonomia, enfim, das dificuldades impostas pela realidade, das contradições que recaem sobre si, peculiares nas relações do Capital e trabalho, e na hora crucial da luta contra tal realidade na perspectiva de superá-la e estabelecer novos patamares, não aderem ao movimento, se omitem e muitas das vezes até hostilizam os que se manifestam e ousam enfrentar o problema por meio da luta.


Já é tempo de quem assim se comporta compreender que todos estão no “mesmo barco” ; todos são submetidos às mesmas condições, independente do espaço que ocupem, e que a possibilidade de alteração do quadro e de melhorias não se dá por dádiva patronal ou de governo, sim, pela organização, pela ousadia e pela luta. Porque só a luta muda a vida.


Source: Notícias – 500

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