O Ministério Público do Trabalho (MPT) ajuizou uma ação civil pública nesta quinta-feira (29/9), pedindo que o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães pague R$ 30,5 milhões a título de indenização por assédio moral e sexual às empregadas do banco. O valor seria revertido para um fundo destinado à proteção de direitos trabalhistas.
O MPT também pediu a condenação da Caixa em R$ 305 milhões pela omissão na investigação, uma vez que a primeira denúncia de assédio sexual contra Pedro Guimarães ocorreu em julho de 2019, apenas seis meses após o mesmo assumir a presidência, mas o banco não tomou nenhuma providência para investigar a denúncia. Os procuradores também pedem que a Justiça impeça retaliações por parte do banco a quem utilizou o canal de denúncias interno ou que tenha participado como testemunha da investigação.
Além disso, o MPT quer a condenação de integrantes, à época, do Conselho de Administração do banco, no valor de R$ 3 milhões cada. Seria por “omissão” na fiscalização dos atos de Pedro Guimarães.
Na ação, o MPT destaca ainda que houve uma onda de afastamento por doenças mentais na caixa, durante da gestão de Pedro Guimarães. A média de afastamentos médicos dessa natureza foi de 277 para 354 ao ano.
A ação do MPT traz esperanças para os empregados de que as ações de Guimarães não ficarão impunes. Ficou claro para eles que, se depender da atual presidente da Caixa, Daniela Marques, nada vai acontecer com o ex-presidentes e os demais envolvidos nos episódios de assédio sexual e moral no banco. Mesmo tendo prometido apuração ágil rigorosa das denúncias, até o momento, quase 100 dias depois, nada foi feito.
As entidades sindicais bancárias vão continuar cobrando que o banco apure as denúncias e vai acompanhar de perto a ação do MPT.