Psiquiatra explica transtornos mentais, situações adversas da pandemia e porque pedir ajuda

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Ouça a conversa no Redecast da Rede do Conhecimento da Fenae/Apcefs e saiba por que evitar o bombardeio de notícias e que talvez não seja hora de “lavar roupa suja” com coisas do passado

O médico psiquiatra pela PUC/SP, Rafael Bastianello, explica no Redecast intitulado “Cuidados com a saúde mental” (13m28s) características de transtornos psiquiátricos, porque é importante procurar ajuda profissional, e comenta questões de conflitos e do isolamento, que se fizeram presentes com a pandemia.

O professor de medicina, que atua em psiquiatria da infância e da adolescência, fala sobre o medo como produtor de ansiedade; que preconceitos acabam retardando pedidos de ajuda e que doenças psiquiátricas, por longo tempo sem atenção médica, evoluem e se tornam muito mais difíceis de tratar.

Sobre a importância de falar sobre as alterações do comportamento humano que podem surgir, Bastianello esclarece: “todos nós estamos sujeitos ao adoecimento mental devido a todo o estresse da vida moderna e a ausência de doença não é sinônimo de evidência de saúde”. Por esse motivo, o alerta é para que as pessoas entendam que “ter saúde mental passa pela busca ativa de ter saúde”. Implicando em algumas ações que estão ao alcance, desde recorrer à prática de atividades físicas e lazer como também de manter o distanciamento de relacionamentos tóxicos.

No contexto atual de pandemia, o psiquiatra fala das recomendações quanto a dosagem no consumo das informações. “Evitar o bombardeio de informações e obter por fontes confiáveis”. Na mesma equação, está o fato de se entender que muitas questões como o do isolamento forçado terão início, meio e fim, além de que todos estão passando pela mesma situação.

O médico observa que nem tudo são dores. Há efeitos variados na relação entre o confinamento e o trabalho. Cita o exemplo de pessoas que antes enfrentavam situações desgastantes – como horas de trânsito ou relações problemáticas no ambiente de trabalho – e que agora puderam reavaliar possibilidades as suas rotinas.

Bastianello explica o lado saudável de “manter uma rotina, como acordar no mesmo horário, ter boa alimentação, procurar fazer atividade física dentro da casa e se aproximar das pessoas que estão convivendo no ambiente de confinamento”. Na entrevista, o médico também aborda que talvez não seja uma boa hora retomar algum momento da vida que remeta a atrito. Nada, portanto, de “lavar roupa suja com coisas do passado”, aconselha.

Do mesmo modo, o entrevistado também diz que não é hora de as pessoas acharem que se encontram em situação de maior sobrecarga que os outros. Emanar “sofrência maior do que a dos outros”, o famoso vitimismo, só piora a situação. Por outro lado, é importante perceber que existe um coletivo e que, individualmente, cada um pode melhorar para outros.

Estigmatizar quem apresenta alguma situação de transtorno psiquiátrico, diz o médico, acaba levando as pessoas a não procurarem ajuda profissional. Mas todos precisam ter a noção de que procurar ajuda é o melhor para evitar a cronicidade de doenças psiquiátricas.

Como acessar 

Atenção empregado Caixa! Quer saber mais? Utilize o login do Mundo Caixa e acesse o arquivo de áudio intitulado “Cuidados com a saúde mental” na aba Redecast, clicando na categoria “Bem-estar, saúde e beleza”, na Rede do Conhecimento.

 

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