Setembro Amarelo – Assédio Organizacional

208

Em meio a nossa Campanha de Prevenção ao Suicídio, não podemos deixar de destacar uma das maiores fontes de doenças psicossomáticas que acometem os indivíduos na Sociedade Contemporânea – o Assédio Moral Organizacional.

O Assédio Moral Organizacional pode ser descrito como método de gestão, através de uma série de condutas abusivas, das mais diversas naturezas, aplicadas de maneira sistemática, no ambiente de trabalho, sob a justificativa de obter uma classe produtiva mais eficaz.
Esse sistema caracteriza-se pelo abuso do poder diretivo, utilizando-se de metas intangíveis e políticas que vão de encontro a valores morais, visando exclusivamente a obtenção de lucros .

Esta pratica é uma tendência do moderno e competitivo mercado de trabalho, pós globalização, tomado pela tecnologia e estímulo ao consumo. O modelo materializa-se com ações, cujo objetivo é fazer com que o empregado sinta-se dependente daquele trabalho, incapaz de mudar, com baixa autoestima, potencializar o estimulo a comparativos e competição entre os empregados, que vivem sob ameaça constante de perder aquela fonte de renda.

O assédio moral organizacional é preponderantemente horizontal, de modo que o empregado passa a enxergar seus pares como algozes e responsáveis pelo seu fracasso, não correlacionando a situação, a uma gestão estratégica imposta pelo empregador, norteada pelo medo e estresse.

Dados científicos, demonstram tratar-se de uma das maiores causas de adoecimento físico e psíquico do individuo, em meio aos novos modelos de relações de trabalho. O empregado passa a ser visto pelo empregador, ou aquele que se beneficia da sua força de trabalho, como um simples número, e que pode ser substituído a qualquer tempo, por outro que lhe traga mais lucros, a um custo menor.

Trata-se de verdadeiro descompasso da índole humana permeando as relações de trabalho. Uma violência à dignidade do trabalhador que precisa ser analisada e cessada.

Dentre os sintomas e patologias apuradas nas vítimas do referido modelo de assédio estão: doenças advindas de danos psíquicos, insônia, estresse, lesão ao sistema imunológico, taquicardia, palpitações, ansiedade crônica, agressividade, hipertensão, transtornos depressivos, anorexia, dentre outras moléstias que decorrem de complicações e avanços das citadas manifestações. Podendo inclusive levar o indivíduo a tirar a própria vida.

Importante que ao identificar alguém com os referidos sintomas, se faça uma análise do ambiente de trabalho a que o mesmo é exposto, e busque ajuda imediata. Os empregados costumam demorar para buscar ajuda, por medo de represália, só costumam fazê-lo após a rescisão do contrato de trabalho, quando já estão acometidos pelas doenças decorrentes da exposição a tal modelo de gestão.

Os principais canais de denúncia são: os Sindicatos representativos das categorias profissionais, Ministério Público do Trabalho, Delegacia Regional do Trabalho e Centros de Referência de Saúde do Trabalhador – CEREST.

tatiana oliveira advogada 1d252 Tatiana Moreira Rossini de Oliveira é advogada da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e sócia do Melo e Isaac Advogados.

DEIXE UM COMENTÁRIO

Comentário
Seu nome