A greve dos bancários e a ganância dos banqueiros

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Hoje se completam 29 dias de greve dos bancários sem que a próxima rodada de negociação esteja agendada. A categoria rejeitou o índice de 7% de reajuste e a bizarrice do acordo bianual apresentando pelos bancos.  Mas a estratégia de vencer no cansaço pode não dar certo para os patrões, visto que o movimento prossegue firme e crescente.


Nada justifica o não atendimento das justas demandas!  Levantamento do Dieese mostra que os cinco maiores bancos em atividade no Brasil (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) somados apresentaram, no primeiro semestre de 2016, o lucro líquido de R$ 29,7 bilhões.


E de onde vem esse lucro todo? Da exploração da mão de obra sobre o trabalhador e da extorsão da sociedade por meio de tarifas abusivas que, pasmem, sofreu reajuste médio de 30% em julho passado (leia aqui sobre o aumento das tarifas).


A prova de que não há crise para o setor é que o Itaú Unibanco  está “aproveitando a crise no País, que dificulta a expansão dentro de casa, para crescer por meio de aquisições. Depois de levar no final do ano passado a Recovery, empresa de recuperação de crédito do BTG Pactual, o banco anunciou na semana passada a compra da fatia do BMG na sociedade que detinha com a instituição em consignado (empréstimos com desconto em folha). O Itaú negocia ainda, com exclusividade, a operação de varejo do Citi no Brasil, na qual desbancou o Santander Brasil ao fazer uma oferta maior pelo ativo” (matéria na íntegra aqui)


A pergunta que não quer calar é:  por que a crise só existe na hora de atender as justas demandas dos empregados? Por que penalizar justamente o fator principal dessas instituições, que são os funcionários? Como justificar que, mesmo apresentando lucros expressivos, esses mesmos bancos tenham fechado  mais de 13.600 postos de trabalho em relação ao mesmo período de 2015? A explicação não pode ser outra senão a velha e sempre atual máxima do movimento sindical: “banqueiro não tem coração, tem cofre”, ou seja, não tem respeito pelo trabalhador nem pela sociedade, tem o olhar somente para os lucros.


AFBNB enfatiza mais uma vez que a luta dos bancários é pelas questões gerais e, principalmente, específicas da categoria. Sobre esse aspecto, reitera que a direção do BNB precisa quebrar o silêncio, assumir o protagonismo que lhe é devido no sentido de negociar as demandas específicas de seus funcionários.


A luta no BNB é pelo fortalecimento do Banco, reposição das perdas salariais, reformulação do plano de cargos e remuneração (PCR), isonomia de tratamento, fim do trabalho gratuito e convocação dos aprovados no concurso, melhores condições de trabalho principalmente nas agências, mais segurança, dignidade previdenciária e de saúde, por uma política de RH com transparência e isonomia, dentre várias outras bandeiras. Neste intuito é fundamental que todos permaneçam mobilizados, solidários na greve e participem das atividades convocadas pelos sindicatos da categoria.


Negociação específica e positiva já!


AFBNB, 30 anos ao lado dos trabalhadores.


Source: Notícias – 300

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