AFBNB: um olhar sobre o desenvolvimento sustentável e o desmatamento

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O Brasil é ainda hoje um dos países mais impactados pelo desmatamento e pela destruição gradual de seus biomas de matas e florestas. Boa parte da degradação e dos impactos advindos dessas práticas está principalmente ligada à atuação das grandes empresas de setores como o agronegócio, a mineração e à prática dos mais diversos crimes ambientais que ocorrem em todos os estados brasileiros.

Para se ter uma noção do atual cenário, em apenas quatro anos (2019 a 2022) foram registrados mais de 303 mil eventos de desmatamento, totalizando 6,6 milhões de hectares, segundo o Relatório Anual de Desmatamento (RAD), do MapBiomas. Além disso, ainda de acordo com o estudo, a Amazônia e o Cerrado juntos respondem por 70,4% dos alertas e 90,1% da área desmatada em 2022.

Apesar dos recentes avanços na preservação encampadas pelo novo governo, tal situação é gravíssima, não apenas do ponto de vista das ameaças à fauna e à flora desses locais, mas também no contexto das mudanças climáticas, com o aumento da ocorrência de eventos extremos e do deslocamento de populações originárias, como os povos indígenas e as comunidades de trabalhadores em situação de vulnerabilidade.

O nordeste brasileiro também vive situação parecida no que se refere ao seu bioma predominante: a Caatinga, hoje, um dos mais vulneráveis às mudanças climáticas no Brasil. Projetos como a extração ilegal de madeira para carvoaria e a instalação de parques eólicos estão entre as práticas danosas para esta vegetação que abriga espécies típicas da região. Segundo o Sistema de Alertas de Desmatamento – SAD, no número de alertas, ou seja, de ações de desmatamento identificadas, houve um salto de 87% entre 2020 e 2021, passando de de 10 mil.

A Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB) sempre cobrou e preconizou o desenvolvimento sustentável como uma das premissas básicas para a construção de uma economia que respeite os aspectos socioambientais. No documento “Por um Nordeste Melhor” (2006) (acesse a íntegra aqui) por exemplo, a AFBNB listou entre as estratégias para o desenvolvimento do Nordeste a Gestão Ambiental. Assim diz

o documento: “Gestão ambiental se insere na lógica do desenvolvimento sustentável, devendo permear as diversas iniciativas governamentais e privadas de desenvolvimento, de modo a serem observadas questões básicas como reserva legal, áreas de preservação permanente, outorga de água e sistemas básicos de gestão ambiental. O documento aponta as linhas prioritárias de ação e os instrumentos básicos de intervenção”.

Nesse sentido, a Associação observa como de fundamental importância que o próprio Banco do Nordeste busque em sua atuação apoiar e investir em projetos que tenham a preservação do bioma como norteador de suas atividades. Recentemente o BNB chegou à marca de R$ 10 bilhões em recursos destinados ao segmento do agronegócio em 2023, um crescimento de 135% no volume de investimentos com esse setor produtivo, nos últimos cinco anos.

Por outro lado, disponibilizou cerca de R$ 10 bilhões para investimentos em projetos de energia renovável em 2023. Neste caso, os recursos contemplam desde usinas de energia solar e eólica até pessoas físicas que desejam instalar placas solares em suas residências.

Portanto, nunca é demais lembrar que a defesa do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável – que respeite a natureza e seus diversos aspectos sociais, não devem se restringir a slogans de campanhas publicitárias e ações pontuais, mas sim a uma política que perpasse toda a atuação do Banco, estando incutida também na cultura organizacional e entre a pauta dos trabalhadores. Preservar o Nordeste e seus biomas é dever de todos nós e essa é umas das mais importantes lutas que devemos travar hoje e nas próximas décadas.

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