Desmatamento anual da Amazônia dispara 29% e é o pior da última década, diz Instituto

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De janeiro a dezembro de 2021, a perda de vegetação nativa na Floresta Amazônica foi de 10,3 mil quilômetros quadrados, o equivalente a quase toda a cidade de Manaus (AM).

É o pior ano da década para o bioma em termos de devastação ambiental, segundo levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), feito com base em imagens de satélite e divulgado na segunda-feira (17).

No acumulado do ano, o desmatamento disparou 29% em relação a 2020, período em que a floresta já havia perdido a maior área desde 2012, com 8 mil quilômetros quadrados de destruição, concluiu o Instituto.

“Os dados confirmam que a gente está assistindo no país desde que Jair Bolsonaro foi eleito presidente”, afirma Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, coalização de entidades da qual o Imazon faz parte.

“É um governo que estimula o crime ambiental, que se declarou inimigo do meio ambiente e é responsável por absolutamente todos esses números”, completa.

Política antiambiental

Habituado a minimizar publicamente os efeitos da devastação ambiental, Bolsonaro comemorou a diminuição de 80% nas multas aplicadas em propriedades rurais pelo Ibama, órgão federal responsável pela fiscalização do meio ambiente.

“Paramos de ter grandes problemas com a questão ambiental, especialmente no tocante à multa. Tem que existir? Tem. Mas conversamos e nós reduzimos em mais de 80% as multagens no campo”, afirmou o presidente durante evento do Banco do Brasil nesta segunda-feira (17).

Dados do próprio governo brasileiro já haviam indicado desmatamento recorde na Amazônia. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de agosto de 2020 a julho de 2021, o bioma perdeu 13,2 mil quilômetros quadrados de vegetação, maior área desde 2006.

O Imazon considera o cenário “muito grave”. Entre as consequências, estão “a alteração do regime de chuvas, a perda da biodiversidade, a ameaça à sobrevivência de povos e comunidades tradicionais e a intensificação do aquecimento global”, escreveu o Instituto.

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