Fortalecimento do BNB: Associação reafirma missão institucional do Banco em prol do desenvolvimento

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A Diretora-Presidente da AFBNB, Rita Josina Feitosa da Silva, participou ontem (2/6/2020) do Programa O Povo Economia, na rádio O Povo CBN, apresentado pela jornalista Neila Fontenele. A pauta se deu em torno da posse, ocorrida na manhã do mesmo dia, do novo presidente do BNB, Alexandre Borges Cabral.

Na entrevista, a dirigente da Associação destacou a defesa permanente da entidade por um perfil técnico para o preenchimento dos cargos de alta gestão no BNB, elencando alguns pontos como alguém que tenha compromisso; que conheça a história do Banco; que tenha um bom diálogo com a sociedade e com os demais parceiros, inclusive com as entidades representativas de trabalhadores.

Rita enfatizou o posicionamento da AFBNB: “Nós sempre colocamos que o BNB tinha que ser tratado de uma forma não melhor que os demais, mas de uma forma diferenciada porque o gestor do Banco tem um papel e uma missão de grande responsabilidade nessa questão do Nordeste, da redução das desigualdades, e na gestão do Fundo Constitucional, o FNE. Então a gente sempre coloca que o BNB não pode entrar nesse jogo, nessa ciranda de moeda de troca e fizemos isso bem recentemente quando começou-se a ventilar nomes e partidos que estariam direcionando tudo isso. Não aconteceu naquela época mas agora está se concretizando essa mudança. A AFBNB toda a vida se posiciona assim, independente de quem esteja sendo tratado, sem perder de vista o perfil necessário para um gestor que venha assumir a gestão do Banco”.

Ela destacou a qualidade do corpo de trabalhadores do Banco, os desafios postos no atual cenário de pandemia, a transparência com que o Banco tem agido quanto às aplicações dos recursos do FNE e o cuidado com as ameaças ao Fundo: “Nós temos também algumas preocupações muito voltadas para a questão do fundo constitucional, que é algo que o Banco precisa também se posicionar em relação porque os fundos constitucionais são muito visados e a AFBNB sempre acompanha e consequentemente discute muito com banco em relação a isso”, afirmou.
Além disso, informou quanto a sinalização de reunião com o novo presidente do BNB ainda essa semana, ocasião em que a AFBNB apresentará pautas e demandas tanto de caráter institucional quanto relacionadas às relações de trabalho.

Confira o áudio do programa na íntegra:

Acompanhe a transcrição  da entrevista na íntegra:

O Povo Economia – Rita, a gente está acompanhando essa mudança que já havia sido anunciada há muito tempo, nessa negociação com partidos do centro, o chamado “Centrão”: a mudança no DNOCS, no Banco do Nordeste, em outras entidades cujas presidências eram compostas (pelo menos é o que tem sido falado) como moedas de barganha em troca de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Eu gostaria que você me falasse como avalia essa mudança nessa situação de presidente de instituição ser utilizada como moeda de barganha.

Rita Josina – A gente até já teve a oportunidade de conversar outras vezes sempre que isso acontecia em relação ao Banco do Nordeste. Primeiro porque a gente entende que o Banco do Nordeste é uma instituição importante, com importante papel, atuação reconhecida ao longo de toda a sua trajetória, que tem feito um trabalho muito grande junto a esse combate às desigualdades regionais, que tem estado próximo da sociedade e sempre tem sido conduzido com muito zelo, com muita responsabilidade pelo seu quadro de trabalhadores – que a gente reconhece e sabe de toda a dedicação e compromisso deles. Sempre que acontece alguma mudança no cenário nacional então vem para o Banco do Nordeste como essa barganha de troca na gestão, direcionada por diferentes interesses.

Nós sempre colocamos que o BNB tinha que ser tratado de uma forma não melhor que os demais, mas de uma forma diferenciada porque o gestor do Banco tem um papel e uma missão de grande responsabilidade nessa questão do Nordeste, da redução das desigualdades, na gestão Fundo Constitucional, o FNE. Então a gente sempre coloca que o BNB não pode entrar nesse jogo, nessa ciranda e fizemos isso bem recentemente quando começou-se a ventilar nomes, partidos que estariam direcionando tudo isso. Não aconteceu naquela época mas agora está se concretizando essa mudança. A AFBNB toda a vida se posiciona assim, independente de quem esteja sendo tratado, sem perder de vista o perfil necessário para um gestor que venha assumir a gestão do Banco, que venha compor essa alta administração. E a gente sempre elenca isso: alguém que tenha compromisso; que conheça a história do Banco; que tem um bom diálogo com a sociedade e com os demais parceiros, inclusive com as entidades representativas de trabalhadores.  Tivemos essa notícia da nomeação do Alexandre, que é um funcionário de carreira do Banco do Nordeste e, pelo próprio discurso que ele fez na posse quando falou que a indicação foi técnica e que não tem nenhuma vinculação com partido. Como a AFBNB não se pauta muito por essa agenda de compromissos políticos, de quem indica quem, a gente vai muito no que espera do gestor, de qual a preposição em relação à dificuldade, ao enfrentamento porque a gente entende que o momento não é fácil, é um momento de muitos desafios nesse contexto da pandemia e pelo que a gente tem enfrentado, não apenas o BNB mas a categoria bancária de um modo geral. Em cima disso que já estamos enviando ofício solicitando reunião porque nós temos algumas coisas para colocar, tanto avaliação já acumulada em relação às várias questões que já estamos acompanhando no Banco, como desafios que a AFBNB entende que precisam ser pautados com o presidente, como discussões que acontecem em Brasília em relação a todos os projetos de lei que tramitam, que têm algum impacto no Banco, na nossa realidade, na nossa expectativa. A gente entende que isso tem que ser conversado com ele urgentemente. Hoje mesmo já tivemos a sinalização de que possivelmente na quinta ou na sexta-feira poderemos já ter esse primeiro encontro da entidade com a gestão do Banco, então a gente acredita que esse processo de diálogo, esse processo de trabalho conjunto – embora cada qual no seu papel, a AFBNB no seu papel e o Banco no dele – entendemos que vamos poder construir algumas agendas sempre em defesa do banco e dos trabalhadores.

O Povo Economia – Vocês já têm essa falta pronta dessa conversa?

Rita Josina – Temos, porque é uma pauta permanente. A gente sempre se pautou nisso e sempre vem discutindo. A primeira coisa que é muito urgente é a continuidade do que vem sendo feito, por exemplo a observância do protocolo na prevenção do coronavírus. Que bom que no BNB nós não temos nenhum registro de óbito de trabalhadores mas temos registro de que os locais onde o Banco atua a população é vulnerável; temos muito relato de clientes doentes e a gente precisa manter esse protocolo que vem sendo feito. A AFBNB inclusive recentemente entregou uma proposta ao Banco com base no que temos vivenciado nesse momento.

Nós temos também algumas preocupações muito voltadas para a questão do fundo constitucional, o que é algo que o Banco precisa também se posicionar em relação a isso porque os fundos constitucionais são sempre muito visados e a AFBNB sempre acompanha e consequentemente discute muito com banco em relação a isso. Nós temos a pauta também de concursados que estão sempre nos demandando sobre quando haverá nomeação, quando é o Banco vai chamar; temos também algumas pessoas que já estão há muito tempo na instituição e que perguntam sobre aqueles programas de demissão incentivada, embora essa não seja uma pauta nossa mas as pessoas têm essa expectativa. E também questões internas do Banco, como a melhoria dos sistemas, dos processos operacionais são questões que dizem respeito não só aos trabalhadores mas também ao processo de crédito. Também a defesa de recursos estáveis para a região, nós temos o FNE mas precisamos também de outros recursos e como o banco pode fazer isso. Então essas são as principais pautas que a gente sempre cumpre e agora com Alexandre e a nova gestão que está começando a gente pretende estar retomando.

O Povo Economia –  O BNB tem R$3 bilhões de reais do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, o FNE, para emprestar a empreendedores principalmente neste momento de pandemia, que é um momento que precisa tanto de dinheiro para fazer a economia girar. Vocês estão acompanhando ou vão acompanhar o uso desse recurso? A liberação desses recursos? A gente sabe do papel do Banco do Nordeste, o quanto ele é importante para o desenvolvimento. A entidade pretende acompanhar isso até para que o BNB tenha uma participação efetiva nessa recuperação da economia?

Rita Josina – O Banco do Nordeste eu diria que foi um dos primeiros bancos que já fez essa proposta porque já conhece a realidade e já tem conhecimento da demanda. E aí tem duas questões bem importantes: tanto a aplicação desse recurso segue regras próprias do fundo como regras internas que estão consolidadas no Banco. Então tem uma gestão bem eficiente em relação a isso; primeiro porque o pessoal é realmente bem preparado, os sistemas observam todas essas exigências, há os normativos, teve auditoria tanto interna quanto externa. A gente sabe que a aplicação é tranquila e transparente. Em relação a isso a nossa luta é porque nós temos alguns funcionários que estão em teletrabalho, outros funcionários que são de alto risco e o Banco não está naquele mesmo dinamismo de condições normais por conta da pandemia. Então isso inclusive demanda de trabalhadores uma carga até maior de trabalho.  Com muita transparência o Banco vem apresentando sempre e isso é uma coisa que precisa ser colocada como louvável. O Banco está sempre apresentando os resultados, sempre atendendo diferentes grupos de pequeno, médio e grande portes que colocam para o Banco essa demanda. As superintendências estaduais nessa pandemia têm estado muito presentes, tem várias lives em andamento. Esse controle a própria sociedade também faz e é importante que a sociedade faça. A gente acompanhando isso tudo entende que vai ser positivo para o Banco e para a sociedade.

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