Veto de Bolsonaro aos 600 reais para rurais é desrespeito com aqueles que levam comida à mesa do brasileiro

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O presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de Lei 873/2020 com vetos à ampliação do auxílio emergencial de 600 reais para diversas categorias, entre elas a dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. A Lei 13.998, de 2020 foi publicada na sexta-feira (15) no Diário Oficial da União. A decisão do governo deu início a um movimento pela derrubada do veto do presidente. Entre os rurais, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) é uma das entidades que encabeça a campanha pela derrubada do veto pelos deputados e senadores.

“É um prejuízo muito grande os trabalhadores e trabalhadoras rurais ficarem de fora. São eles os que põe comida na mesa desse país, como não respeitar os trabalhadores rurais?”, questionou Josefa Rita da Silva, a Zefinha do Sindicato, dirigente da Contag e também da direção nacional da Federação dos Trabalhadores, Agricultores e Agricultoras Familiares da Bahia (Fetag-BA).

Zefinha está em Sobradinho (BA) e mesmo com o isolamento social tem sido procurada por pequenos agricultores e agricultoras com dificuldades para sustentar as famílias durante a pandemia. “Quem conseguiu tirar um pouco de safra está se mantendo mas quem não conseguiu não tem condições de tomar um empréstimo para comprar uma ração, para fazer um poço artesiano. As linhas de crédito não estão funcionando”, criticou.

Alberto Broch, vice-presidente da Contag, acredita que a mobilização que está reunindo confederações, sindicatos e centrais de trabalhadores, como a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Central única dos Trabalhadores (CUT), pode reverter a situação. “Não temos o número exato dos trabalhadores e trabalhadoras que seriam beneficiados pelo auxilio de 600 reais mas sabemos que estão em todas as regiões do Brasil, inclusive no Sul, que passa por uma seca”.

Alberto Broch: “Insensibilidade política” do governo Bolsonaro

Ele atribuiu o veto de Jair Bolsonaro a uma “insensibilidade política”. Segundo Alberto, a orientação vem do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Na visão deles, vetar os 600 reais para os rurais significa economizar recursos. Não tem uma visão global do problema”, afirmou o dirigente, que admite que a situação é muito preocupante. O questionamento de Zefinha resume a preocupação dos rurais: “Como vai ser o nosso futuro daqui a 90 dias? Qual vai ser o futuro desse país e desses trabalhadores e trabalhadoras?”.

A Lei 13.998 de 2020 está em vigor desde o dia 15. Os vetos do presidente serão analisados pelo Congresso e podem ser mantidos ou derrubados.

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