Socializamos abaixo artigo do diretor de comunicação da AFBNB, Dorisval de Lima, sobre as lutas que têm marcado a história da Associação. Boa leitura!
No próximo ano, exatamente no dia 4 de fevereiro, a Associação dos funcionários do BNB (AFBNB) completará trinta anos. São quase três décadas de uma trajetória de lutas em defesa dos trabalhadores do BNB, pela reafirmação do Banco como Instituição de desenvolvimento e por um Nordeste melhor. Nesse contexto a Associação sempre se inseriu nos diversos momentos da conjuntura política do país: luta por conquistas sociais na Constituição de 1988, a exemplo da criação dos Fundos Constitucionais, tendo culminado com a conquista do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) no caso específico da nossa região, foco da ação do BNB; mobilizações permanentes por mais recursos para o Banco/Região, aumento do capital social e da capilaridade do Banco; lutas contra desmandos operacionais e de gestão no Banco; lutas por conquistas para a classe trabalhadora de modo geral e específicas para os funcionários do Banco do Nordeste do Brasil. Enfim, uma trajetória que expressa o caráter plural, mas com visão classista, de vida ativa, que marca a Associação, sempre se colocando ao lado dos trabalhadores.
Essa história tem uma marca especial, que é a ação direta no “chão da fábrica”, no diálogo direto com os representados, com a interação permanente nas diversas unidades de trabalho do BNB, sempre respeitando a diversidade de opiniões e valorizando o que é demandado pela base. E isso se faz refletir nas abordagens que a Associação tem feito junto às sucessivas gestões do BNB e aos demais órgãos responsáveis, no sentido de que estes atendam aos clamores dos funcionários do Banco, os quais só são lembrados na hora de construir os resultados, principalmente os que são lotados nas agências.
Um importante instrumento dessa ação de base é a Reunião do Conselho de Representantes (RCRs) – fórum democrático da Associação – que ocorre semestralmente, específico dos trabalhadores do BNB, nas quais os representantes da AFBNB nas diversas unidades de trabalho do Banco em todo o país discutem com a diretoria os mais variados assuntos, seja de caráter corporativo, das relações de trabalho e de seus direitos, seja de cunho institucional alusivo ao BNB, à região e ao próprio país. Sem dúvida as RCRs, somadas à ação permanente nos locais de trabalho, testemunham a natureza, caráter participativo da base e o respeito que a Associação tem por seus representados, sendo estes um diferencial importante da AFBNB.
Às vésperas dos trinta anos de atividade, a Associação reafirma sua forma de trabalhar com a base, e pela base, agregando às lutas e às demandas históricas, as quais foram esquecidas por quem tem o dever e a propriedade de encampá-las e por quem tem a obrigação de solucioná-las, outras que continuam a surgir no curso da história, inclusive inserindo-se no campo jurídico, na busca do restabelecimento de benefícios e da preservação dos direitos dos seus representados.
Necessário se faz que cada vez mais a AFBNB seja reconhecida e valorizada, sobretudo pelo movimento sindical, não havendo qualquer justificativa para atitudes que atentem contra a sua existência, como equivocadamente tem ocorrido por iniciativa de um segmento autodenominado “maioria”, mas que na realidade é artificial, por não estar sintonizado com o que pensa a base. Isso para que a Entidade possa seguir firme, expondo e cobrando solução para as demandas dos funcionários do BNB, a exemplo de como tem procedido, dentre várias, em relação à isonomia de tratamento, quitação dos passivos trabalhistas, recuperação do plano BD/Capef, fim do trabalho gratuito e do assédio moral, reintegração dos demitidos durante o governo Fernando Henrique/gestão Byron Queiroz, Dignidade Previdenciária e de Saúde, por exemplo, sendo que esta última tem sido um ponto bastante debatido pela Associação, que inclusive mereceu destaque mais uma vez na Reunião do Conselho de representantes, quando foi um dos temas abordados na 47ª edição desse fórum, ocorrida em março último.
No mesmo intuito, é importante caminhar com a Associação para que esta continue agregando valor à luta também no campo institucional, principalmente no contraponto a medidas que geram entraves para uma política de desenvolvimento; que representam ameaças ao BNB e demais instituições de desenvolvimento, como é o caso recente da PEC 87/2015, por meio da qual o governo pretende contingenciar 30% dos recursos dos fundos constitucionais (FNO, FCO e FNE) com a desvinculação de receitas da União (DRU), ou seja, pela transferência de recursos estáveis, não contingenciados, destinados às regiões envolvidas, para o “superávit primário”, com o fim exclusivo de pagar juros da dívida pública, para a especulação financeira, enfim, o que é muito lamentável, e exige uma ação concreta em contrário para a não concretização. Foi nesta perspectiva – da não aprovação da PEC – que a AFBNB inseriu o assunto na 48ª Reunião do seu Conselho de Representantes, ocorrida nos dias 17 e 18 de agosto desse ano, em Brasília (DF), em cuja oportunidade também realizou em parceria com a bancada nordestina na câmara federal o seminário “Nordeste, sem ele não há solução para o Brasil”, como ação integrante da luta contra essa matéria e por um projeto nacional que contemple o recorte regional, ou seja, seguindo sua linha de sempre estar pautando a questão regional, principalmente no centro das discussões e decisões políticas do país.
É por meio desse reconhecimento e com a intensificação do seu trabalho de base, e pela base, que a Associação sempre se comportou perante as sucessivas gestões do BNB na perspectiva de ver solucionados os graves problemas que afligem a instituição e os seus Recursos Humanos. Todo apoio à luta da AFBNB.
* Dorisval de Lima é diretor de comunicação da AFBNB